lunedì 2 novembre 2009

"O meu Espelho Mágico" de Rocco Costantino

Depois de ver um excerto de "O Espelho Mágico", o nosso aluno Rocco Costantino inventou esta divertida continuação, que deixamos aos leitores de "Via dei Portoghesi"

Alguns dias depois, Joana – que não era uma freira, mas uma trapaceira cujo trabalho era roubar aos ricos imbecilizados – encontra-se com Francisco, também ele falso como jardineiro, mas seu companheiro de trabalho e diz-lhe:

- Francisco, acho que encontrámos um “pato para depenar”! A senhora Alfreda parece-me ter um parafuso a menos, mas temos de nos despachar antes que chegue um outro trapaceiro ou antes que a senhora tenha uma visão a sério, talvez depois um copo a mais...

- Joana, a história é difícil. A senhora já nos conhece como jardineiro e como freira.

- Temos de nos disfarçar, eu serei a Virgem Maria e tu interpreterás o papel de Jesus.

- E onde vai acontecer esta aparição?

- Talvez seria o melhor que a visão aconteça ao anoitecer, na beira da piscina quando a senhora Alfreda acabar o seu banho nocturno. A escuridão ajudar-nos-á, assim como o cansaço da senhora, que não é uma grande nadadora.

No dia seguinte, como de costume, a senhora concede-se um banho purificador no cloro da piscina e, meia morta de cansaço, de repente, vê, no bordo da piscina, a Virgem Maria coberta por um véu branco e, surpresa ainda maior, ao lado dela estava um homem de celestial beleza, o seu filho Jesus.

- Milagre, milagre! Afinal tive a minha visão, que demonstrará a via da salvação da minha alma!

- Alfreda, tu estás nos nossos corações e queremos que tu estejas connosco no momento justo. Entretanto vamos encaminhar-te pela recta via nesta vida.

- Ó Virgem Maria, ó santíssimo Jesus, mostrem-me a via da salvação da minha alma.

- Amada Alfreda, tens ao teu serviço um bom jardineiro, que sem o teu socorro se perderá. Tens de ajudá-lo, deixa-lhe o terreno que tens perto de Braga e ele, com a sua habilidade, salvará o terreno inculto e sobretudo a tua alma.

A Virgem Maria, fazendo esta hierática profecia, agitou-se tanto que caiu clamorosamente dentro da piscina. Talvez pelo pesado disfarce ou talvez porque, pela primeira vez, tenha caído à água, afogou imediatamente.

O jardineiro Francisco – ou Jesus? - evitou com cuidado intervir, não conhecendo quantidade de água maior do que aquela contida num copo, e de repente desapareceu. A velocidade dele foi o único milagre do dia...

Alfreda assistiu incrédula à cena e enfim exclamou:

- Já não existem as Virgens Marias e os Jesus do tempo antigo! Estes modernos nem sabem sequer nadar!
ROCCO COSTANTINO

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