venerdì 6 febbraio 2015

La parola allo Studente: Ferena Carotenuto, "Deus brinca connosco"



Um investigador português descobre por um telescópio um novo sistema solar com cinco “Terras” Quer dizer:
Deus brinca connosco.

Começamos com a bandeira: aquela portuguesa é a única que tem um instrumento astronómico no centro, a esfera armilar.
A esfera armilar era aplicada em navegação, constando de um modelo reduzido do cosmos, no qual cada planeta era representado na sua órbita circular ao redor do Sol. A filosofia aristotélica que era aquela dominante no Ocidente, imaginava os astros como fixos em esferas transparentes e cada uma possuía um diâmetro compatível com sua distância à terra. A partir da Lua, a mais próxima, depois do Sol, existiam inúmeras outras esferas, uma para cada planeta, que eram tratados como as estrelas errantes. Embora soubessem que não existiam esferas de vidros no firmamento, resolveram mesmo assim recriar um universo em miniatura que pudesse mimetizar a mecânica celeste. Em substituição das esferas imaginárias de vidro, fizeram vários anéis aos quais deram o nome de armilas. Antes do advento do telescópio no século XVII, a esfera armilar  era um instrumento primário de todos os navegadores na correcção da posição estimada segundo a posição aparente dos astros. Essa esfera tornou-se num dos emblemas de Dom Manuel I.
A esfera armilar hoje é obviamente obsoleta porque as órbitas dos corpos celestes representadas pelos anéis (armilas) não são esféricas mas todas elípticas, como disse alguns séculos depois Johannes Kepler: Os planetas descrevem órbitas elípticas, com o sol num dos focos.
Então, Kepler e a esfera armilar não podem coexistir...
Apesar de tudo, esse sinal fica na bandeira ainda hoje. Então, os portugueses modernos é necessário terem essa esfera no ADN, destinados para sempre a navegar em busca de terras novas, ainda que não haja mais terras novas nessa Terra, mas fiquem afora, ali no espaço cósmico...
Sempre falando na navegação, costuma-se dizer que Hans Lippershey, um fabricante de lentes neerlandês, construiu em 1608 o primeiro instrumento para a observação de objectos à distância: o telescópio. O conceito que desenvolveu era a utilização desse tubo com lentes para fins bélicos e comerciais (navegação) e não para observações do céu.
O primeiro investigador que apontou o telescópio para o céu, para investigar os planetas, o sol e as estrelas foi Galileu Galilei, académico dos Lincei, a primeira Academia de Ciências do mundo, fundada por Papa Gregório XIII, o mesmo papa do Calendário Gregoriano, em Roma, em 1603.
Assim temos uma ligação entre o nosso astrofísico português e Itália, passando pelo telescópio.
Continuando com essa ligação lógica, o telescópio espacial que permitiu ao astrofísico português Tiago Campante de descobrir aquele sistema solar no qual fala o artigo, chama-se Kepler, como o astrónomo que dizia, contradizendo as teorias ptolemaicas e aristotélicas, que as órbitas são elípticas.
Em breve, resumindo, um português sem esfera armilar, mas armado do melhor telescópio americano que há na órbita terrestre, chamado Kepler, e posse da NASA,  descobriu este sistema solar antiquíssimo, onde as órbitas dos planetas são... circulares!!!
Deus brinca connosco, é claro (embora não jogue dados, como dizia Einstein...)



 o sistema solar terrestre

Falando sério, o sistema solar chamado Kepler-444 está na nossa galáxia, na via Láctea, relativamente perto do nosso Sol. Quando se fala em astronomia, a palavra “relativamente” é relativa no sentido mais extremo.
Para darmos uma ideia nas dimensões da Via Láctea, é preciso começar com a noção de ano-luz, para compreendermos as distâncias:  um ano luz é 9.4607×1015 m.
Eis alguns dados técnicos da nossa Via Láctea:


Dimensões
Diâmetro do disco
~ 100 000 anos-luz
Espessura do disco
entre 1 000 e 3 000 anos-luz
Distância do Sol ao centro galáctico
~ 26 000 anos luz

Outros dados
Período de translação do Sol ao redor do centro
225 milhões de anos
Sentido de rotação da galáxia
horário (que bom!)
Idade estimada
mais de 13 bilhões de anos
quatro
Inclinação entre o plano galáctico e a eclíptica
60°


Quantidade de estrelas
entre 100 e 400 bilhões




 Kepler-444

A estrela mais perto da Terra (excluindo o Sol) é Próxima Centauri, distante 4,23 anos-luz.

Acrescento alguns dados técnicos da página web da NASA sobre o sistema solar K-444.

O sistema solar chamado Kepler-444, com cinco planetas rochosos de tamanho entre Mercúrio e Vênus, fica a 117 anos luz de nós, na constelação de Lyra. A constelação de Lyra é visível no hemisfério Norte, e pode ser observada facilmente graças à sua estrela luminosíssima, chamada Vega, muito evidente nos meses de Verão.
O “sol” Kepler-444 é uma estrela anã cor-de-laranja, que não possui muitos metais no núcleo. Tem um rádio de 0,85 (o nosso sol tem 1), uma massa de 0,78 (o nosso Sol tem 1), uma luminosidade de 0,40 (o nosso sol tem 1), uma temperatura de 5240 °K (o nosso Sol tem uma temperatura de 5780 °K).
Os planetas são chamados b, c, d, e, e f, e têm órbitas quase circulares e muita inclinação, entre 87/89 °. Ficando tão perto da estrela, as órbitas são muito velozes e o planeta mais longínquo, o f, cumpre a volta em menos de 10 dias (a nossa Terra precisa de um ano juliano, um pouco mais de 365 dias; Mercúrio, o nosso planeta mais perto ao Sol, tem uma órbita de só 88  dias terrestres). O planeta mais longínquo dos cinco fica muito mais perto do que Mercúrio do Sol. As temperaturas então devem ser ainda mais extremas do que em Mercúrio (de 173 °C à noite até 427 °C durante o dia nas regiões equatoriais; os pólos são sempre à temperatura de 93 °C). 
A NASA diz que os planetas ficam demais perto ao “sol” para terem vida no sentido da palavra que nós utilizamos.
Ainda estamos sozinhos no Universo...

FERENA CAROTENUTO



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