mercoledì 31 maggio 2017

Joaquim Carreira: A história do quarto português “Justo entre as Nações”








À porta do Pontifício Colégio Português, em Roma, estava afixado um aviso: “Este edifício serve para fins religiosos e é propriedade do Estado da Cidade do Vaticano. Quaisquer buscas ou requisições estão proibidas”. A assinatura era do general alemão Reiner Stahel, que comandou Roma entre setembro de 1943 e junho de 1944, durante a ocupação nazi da capital italiana.



O Vaticano seguia então uma política cautelosa, de uma difícil neutralidade. Mas o mesmo não fez o então vice-reitor do colégio luso. “Concedi asilo e hospitalidade no colégio a pessoas que eram perseguidas na base de leis injustas e desumanas”, escreveu o padre Joaquim Carreira no relatório referente ao ano letivo de 1943-1944. Agora, 70 anos depois do final da Segunda Guerra Mundial, o português vai receber esta quarta-feira, em Lisboa e a título póstumo, a medalha e o diploma de “Justo entre a Nações”, do Yad Vashem, Memorial do Holocausto e centro de pesquisa com sede em Jerusalém. É a maior distinção para não-judeus que pode ser emitida em nome do Estado de Israel e do povo judeu – uma distinção só atribuída a heróis.
Aristides de Sousa Mendes, Sampaio Garrido e José Brito Mendes. No Memorial dos Justos, em Jerusalém, estão gravados mais de 25 mil nomes de mulheres e homens não judeus que, durante a Segunda Grande Guerra, puseram a vida em risco para salvar da morte certa os judeus perseguidos pelo regime nazi. Até agora eram aí recordados três portugueses. A partir deste verão, um quarto nome luso passará a estar lá gravado.
A notícia foi dada em primeira mão no blogue Religionline, do jornalista António Marujo, distinguido em 1995 e 2006 com o Prémio Europeu de Jornalismo Religioso na Imprensa Não-Confessional. Até porque tinha sido o próprio a enviar para o Yad Vashem, um ano antes, os novos dados, que incluíam o depoimento de um sobrevivente judeu ainda vivo, determinante para apoiar a investigação do centro israelita.
“Esta é uma historia muito comovente porque ele nem sequer era italiano, era um português em Roma. Podia muito bem ter dito: ‘Não tenho nada a ver com isso’. Mas decidiu envolver-se e ajudar a família”, explica ao Observador Irena Steinfeldt, diretora do departamento “Justos entre as Nações” do Yad Vashem. A família judaico-italiana Cittone é a peça central do processo. Os nomes de Elio, à época com 16 anos, do pai, Roberto, e do tio, Isacco, estão na lista de refugiados escrita por Joaquim Carreira para o relatório. Em 2012, António Marujo conseguiu encontrar Elio Cittone em Milão. Hoje com 88 anos, é provavelmente a única testemunha viva da ação do padre português.
“Era muito gentil”, disse num artigo publicado no jornal Público, para o qual António Marujo trabalhava na altura. “Nunca mais o vi (…). Mas estou-lhe muito grato e recordo sempre o facto de ele me ter salvo a vida”.

“NAQUELE CANTINHO DE PORTUGAL EM ROMA, AGUARDEI O RETORNO À VIDA”

O reconhecimento do Yad Vashem pelos feitos do padre português inclui apenas a ajuda dada à família judaica Cittone. Mas Joaquim Carreira abriu as portas do Colégio aos necessitados sem olhar a religião nem família política. “Professores, médicos, advogados, socialistas, pessoas que pertenciam ao exército italiano mas que não concordavam com o sistema, e que estavam na lista de perseguidos. Todos os que batiam à porta ele acolhia”, conta ao Observador João Carreira Mónico, sobrinho de Joaquim Carreira e padre dos Missionários Espiritanos. Serão à volta de 40 pessoas, mas é difícil saber o número exato. “Servindo-nos dos relatórios de 1943, 1944 e 1945 que ele escreveu, e onde aflorou a situação que viveu, ele fala em 40 pessoas”, clarifica. “Mas, tratando-se de um colégio de seminaristas, não contabiliza, por exemplo, senhoras e raparigas que batiam à porta naquela emergência toda, que ele depois canalizava para as casas religiosas femininas. Desses casos falou mais tarde a algumas pessoas”, diz. No caso da família Cittone, por exemplo, o filho de Isacco, Elio Cittone (os primos Cittone partilham o mesmo nome), esteve com a mãe e a irmã mais velha noutro colégio “nos arredores de Roma”, contou ao Observador, via e-mail. Tem 85 anos.
Nos primeiros anos do século XXI, João Carreira Mónico publicou a biografia Monsenhor Joaquim Carreira – Apóstolo do Bem, na Guerra e na Paz. Mergulhou no arquivo do Colégio Português e incluiu alguns depoimentos dos refugiados que permitem saber mais sobre aquela época e sobre quem esteve escondido. Quase todos os refugiados têm em comum as boas posições civis e militares na sociedade italiana. Cesare Frugoni, por exemplo, foi médico de personalidades como Guglielmo Marconi, inventor do primeiro sistema prático de telegrafia sem fios, e do próprio ditador fascista Benito Mussolini.
Mario Jacopetti, engenheiro e professor na Universidade de Nápoles, esteve lá vários meses. Em dezembro de 1943 escreveu um poema sobre o dia-a-dia no colégio lusitano, e que constitui o relato mais completo de como viviam os refugiados. Para além de elogiar a bondade com que foi recebido pelo “Dr. Carreira”, Jacopetti contou em verso que cada pessoa foi distribuída pelos quartos destinados aos padres, recordou a necessidade de deixar sempre tudo em ordem para que a casa “apareça como que abandonada” e a criatividade necessária para ocupar o tempo lá dentro. Uns procuravam a biblioteca, outros “conforto junto do rádio à procura de algumas notícias e música” e até houve tempo para aprender a um jogo de cartas português “chamado sueca”.

“E entre as pessoas assim perseguidas
que se apresentavam humildes, temerosas,
procurando asilo quase desesperado
houve alguns cujo ansioso
pedido foi do céu bem aceite
e foram acolhidos pelo humano
Reitor do Colégio Lusitano”.
Mario Jacopetti, dezembro de 1943

As memórias e o poema estão nos arquivos do colégio, assim como tanto outros, recuperados por João Carreira Mónico para a biografia que escreveu sobre a vida do tio. Outro testemunho, de 2 de agosto de 1946, é do médico cirurgião Francesco Santostefano, ainda estudante de medicina quando foi acolhido por Joaquim Carreira, perante a ameaça permanente de rusgas alemãs. “Apesar de se ter abatido sobre Roma o espectro da fome, graças à preocupação e sacrifício do reitor nunca faltou nada na nossa mesa”, escreveu. “Naquele cantinho de Portugal, em Roma, aguardei o retorno à vida, enquanto me acalentava à chama da verdadeira caridade”.
No relatório, o vice-reitor confessou provações. “Enquanto durou a guerra pudemos, com a ajuda de Deus, sustentar o Colégio, sem vergonha do mundo, sim, mas não sem gravíssimas dificuldades”. Com Roma em guerra, a comida começou a faltar e o custo de vida a subir. A propósito do centenário do nascimento de Joaquim Carreira, em 2008, o Santuário de Fátima dedicou-lhe um texto onde é possível perceber que era o Monsenhor que se ocupava pessoalmente de arranjar mantimentos. “Se não conhecesse tantos moleiros nos arredores de Roma, os meus hóspedes teriam passado muita fome! O milho, cozido em grão, valia por bom bife!”. Comprar comida a mais para o número de pessoas que deveria habitar o edifício também poderia ter colocado a vida do padre em risco.
A 26 de maio de 1944, Giuseppe Caronia, médico, e a poucas semanas de ser nomeado reitor da Universidade de Roma La Sapienza, soube que a polícia andava à procura dele por ter ajudado judeus e dissidentes vários. Também ele acabou por se refugiar durante oito dias junto de Joaquim Carreira. E escreveu:
“Durante a noite de 3 para 4 de junho, do alto dos terraços do Colégio, assistimos confrangidos ao espetáculo grandioso da destruição da periferia de Roma, de obras que tanto esforço humano representavam: eram de todos os lados, o clarão imenso dos fogos, o estrondear de explosões (…). Mas, se o tempo há-de atenuar a recordação das tristes e cruéis vicissitudes da guerra, viverá para sempre em mim a lembrança daqueles poucos dias passados na paz tão hospitaleira e fraterna do Colégio Português”.
Apesar do aviso afixado à porta, há relatos de pelo menos uma incursão do exército nazi ao edifício português. Na conversa com o jornalista António Marujo, Elio Cittone disse ter ideia de que os alemães bateram à porta do colégio pelo menos uma vez. E o tio, Isacco, consciente de que as instituições religiosas já não estavam a salvo, decidiu sair com o sobrinho para procurar outro refúgio, após mês e meio de estadia no Colégio.
“O relatório não nos diz nada sobre uma invasão”, explica João Carreira Mónico. Mas o episódio terá mesmo acontecido. “Nós sabemos que houve uma ameaça de entrada dos alemães e os refugiados tiveram de fugir e esconder-se no telhado. Depois, chegámos à conclusão que foi um grupo que entrou”. O padre João nunca esclareceu este, nem nenhum outro episódio com o tio. “Ele não se abria muito. Talvez por humildade ou simplicidade, ou porque não valia a pena estar a chorar o leite derramado”, recorda.

“PARA O QUE UMA MÃE CRIA UM FILHO!”

Joaquim Carreira nasceu a 8 de setembro de 1908, no Souto de Cima, na Caranguejeira, a cerca de 20 quilómetros de Fátima. Em sua homenagem, a rua onde cresceu chama-se atualmente Rua Monsenhor Joaquim Carreira. Os pais, Joaquim e Inácia Carreira, tiveram mais três filhas. Era uma família crente. A mãe chegou a perguntar a Joaquim Carreira se não gostaria de se tornar padre, mas não viveu o suficiente para conhecer o destino do filho. Morreu em outubro de 1918, um ano depois do milagre de Fátima. Joaquim tinha acabado de completar 11 anos.
Pouco tempo depois, o único filho homem da família entrou para o Seminário de Leiria. Em 1926, com 18 anos, foi para Roma para se tornar sacerdote e formou-se em filosofia, direito canónico e teologia. No regresso, depois de cinco anos sem vir a Portugal, foi colocado como professor do Seminário de Leiria. Nos tempos livres gostava de voar – tirou o brevet, tornando-se o primeiro sacerdote português piloto – e desenvolveu a paixão pela fotografia, tornando-se mesmo fotógrafo oficial do Santuário de Fátima.
Até que em Maio de 1940 o Bispo D. José Alves Correia da Silva mandou-o ir novamente para Roma. O sobrinho, João Carreira Mónico, conta que ele não queria ir por causa da guerra. “Ele já conhecia Roma e o Colégio, mas dada a situação de guerra, não era brincadeira nenhuma. Tinha um certo receio. Na despedida, ele disse: ‘Para o que uma mãe cria um filho!’. Eram tempos duros. Não só metia medo fazer a viagem de comboio, porque nunca se sabia o que iam encontrar pelo caminho, de minas a bombardeamentos, como depois lá. Era um cenário difícil de prever. Mas o Bispo de Leiria pediu-lhe e ele, embora com sacrifício, aceitou”.
Joaquim Carreira foi vice-reitor do Colégio Pontifício Português de Roma durante quase toda a Segunda Guerra Mundial, entre 1940 e 1945. Depois, foi nomeado reitor, cargo que ocupou até 1954. Após ter deixado o Pontifício Colégio, foi trabalhar para a Embaixada de Portugal no Vaticano. Ali ficou até 1978, altura em que saiu por limite de idade. Faleceu a 7 de dezembro de 1981, “na véspera da Imaculada Conceição”, lembra o sobrinho. “Ele dizia sempre que gostava de morrer num dia de festa de Nossa Senhora, porque era muito devoto, e foi o que aconteceu”. Morreu na Casa Madonna di Fatima, onde vivia.
O “padre aviador” passou a maior parte da vida na capital italiana e o sobrinho via-o, essencialmente, nas visitas que fazia à terra quando vinha a Portugal. “Visitava as três irmãs, tratava de assuntos referentes ao Colégio e aproveitava para matar saudades de andar na avioneta, no Aero Clube de Leiria, do qual era membro. Em Roma, depois da guerra, também tinha autorização para voar, quer lá, quer em Rieti. Gostava muito de ver a terra do alto”, recorda o sobrinho.
Em 1975, já no caminho do sacerdócio, o padre Mónico passou muito tempo em Roma com o tio. Com ele pôde conhecer bem a antiga capital do Império Romano. “Ele sabia dos monumentos, da história, das estátuas, das esculturas, sabia tudo”, conta. Em 1974 chegou a publicar, pela Lello & Irmão Editores, o roteiro Roma – História, Arte, Religião. João Carreira Mónico descreve um homem simples, sorridente, alegre, inteligente, uma pessoa comunicativa. “Mas também não se demorava muito. Estava sempre atento aos outros. O bem que ele pudesse fazer, fazia-o. Era também bem-humorado, tinha sempre uma anedota, uma piada para descongestionar”.
Quando Joaquim Carreira morreu, ficou sepultado no Campo Verano, em Roma. Mas em 2001, a família decidiu trazer os restos mortais para a terra natal. A trasladação fez sair alguns artigos na imprensa portuguesa. “Restos mortais trasladados para Leiria. Padre piloto salvou centenas do nazismo”, titulava o Correio da Manhã, em fevereiro de 2001, por ocasião da chegada do caixão de Joaquim Carreira ao cemitério de Soutos-Caranguejeira, em Leiria. O Jornal de Notícias falava mesmo em “milhares de pessoas” escondidas pelo padre. À época, os dados ainda não estavam reunidos e os números foram empolados.
António Marujo foi o primeiro jornalista a investigar a história e a difundir o número correto de pessoas ajudadas por Joaquim Carreira. Há cerca de 10 anos, no Congresso de Historiadores em Roma, uma freira referiu que milhares de refugiados judeus tinham sido abrigados em casas religiosas durante a Segunda Guerra Mundial. Depois de ler a intervenção, ficou com vontade de pegar no assunto “e tentar perceber se no Colégio Pontifício Português também teria havido alguma coisa semelhante ou não”, recorda ao Observador.
Acabou por encontrar informações e soube que existia documentação nos arquivos do Colégio, situado desde 1975 num edifício na Via Nicolò V, mesmo junto às muralhas do Vaticano. Propôs ao Público uma investigação mais cuidada e foi a Roma no início de 2012. “O relatório não entra em muitos detalhes. Mas é depois apoiado nas muitas cartas que os refugiados enviaram mais tarde, a agradecer”, sublinha. O último passo da pesquisa deu-se quando conseguiu encontrar Elio Cittone e entrar em contacto com ele.
Sabia que os dados tinham potencial para o Yad Vashem distinguir o padre português e escreveu para lá. “Mandei o material que tinha publicado no jornal e perguntei se não queriam investigar. Mas limitei-me a comunicar”. A história pode vir a acabar num livro. António Marujo admite que tem propostas em cima da mesa. “Provavelmente em maio poderei pensar nisso”, adianta.

A GRATIDÃO DO POVO JUDEU, 70 ANOS DEPOIS

O Yad Vashem confirma que recebeu a informação de António Marujo, e que esta foi importante, nomeadamente o contacto do sobrevivente Elio Cittone. A relatório do padre português com os nomes e a confissão de ter escondido pessoas no colégio também era credível, por ter sido escrito antes do final da guerra. Mas o centro israelita investigou por conta própria e encontrou também o testemunho de uma das irmãs de Elio Cittone, Jenny, que também esteve escondida, ainda que noutro colégio, e confirmou a história.
A 4 de setembro, o processo foi encerrado com a decisão de fazer de Joaquim Carreira o quarto português “Justo entre as Nações”. “É uma honra, estamos muito agradecidos”, diz Irena Steinfeldt. De entre 25 mil nomes, há poucos os portugueses. “Mas as histórias e as motivações são muito diferentes entre si. Cada história é especial”, sublinha.
O número reduzido de portugueses pode ser explicado, em primeiro lugar, por Portugal não ter participado na guerra. Esther Mucznik, presidente da Memoshoa – Associação Memória e Ensino do Holocausto e vice-presidente da Comunidade Israelita de Lisboa, arrisca ainda outra explicação. “Os cônsules e as pessoas que estavam no terreno corriam não só o risco local, mas também se ariscavam no próprio regime. E Aristides de Sousa Mendes pagou esse risco”, diz ao Observador. O “Justo entre as Nações” mais famoso de Portugal foi suspenso por Salazar, logo que o governante tomou conhecimento que o cônsul de Bordéus tinha emitido vistos de entrada em Portugal a judeus.
Para Esther Mucznik, a homenagem a Joaquim Carreira “é totalmente merecida. Foi um homem que na realidade arriscou bastante, não só escondendo, mas saindo e entrando para trazer a comida para as pessoas”. A medalha e o certificado de honra vão ser entregues esta quarta-feira, 15 de abril, na Sinagoga Shaaré Tikvá, pela embaixadora de Israel em Lisboa, Tzipora Rimon. “É importante preservar a memória e as lições da Shoá, e que a história do Holocausto esteja integrada, cada vez mais, no ensino da nova geração”, justifica a Embaixada ao Observador.
A data da cerimónia coincide com o dia judaico de homenagem às vítimas do Holocausto. “Muito antes da ONU decretar o dia 27 de janeiro como o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, todas as comunidades do mundo celebram o dia do Holocausto com cerimónias nas Sinagogas, nos museus, e em Israel há um minuto de silencio em que o país para todo. Este ano, calha na quarta-feira e aproveitou-se essa ocasião para fazer a entrega, é altamente simbólico”, explica Esther Mucznik. Para além da medalha e do certificado, é plantada uma árvore em nome do homenageado na Ala dos Justos. “Há uma coisa que no judaísmo valorizamos muito, que é a gratidão. E estas foram pessoas que arriscaram tudo, não sendo judias. Quem salva uma vida, salva a humanidade inteira”.
No final dos anos 1970, João Carreira Mónico visitou o Memorial dos Justos, em Jerusalém. Estava longe de imaginar que um dia estaria ali gravado o nome de um familiar seu. É ele quem vai receber a medalha e o certificado em nome do tio. A assistir vai estar Esther Mucznik, António Marujo, familiares e amigos de Joaquim Carreira. “Ficamos muito contentes. O Yad Vashem teve uma atitude nobre que nós agradecemos profundamente”, comenta o sobrinho.
Teria o homem simples, prático, e que nunca se abriu muito sobre os seus feitos, gostado da homenagem do Yad Vashem? “Ia gostar. Ia gostar”, arrisca. “Mas também era homem para dizer: ‘Deixem-se dessas coisas’! [risos].

1 commento:

. ha detto...

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